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Respeite-se o Voto: Queremos um Governo de Esquerda
Tomada de posição de cidadãos (2015), dirigida aos Partidos de Esquerda com assento parlamentar, à Assembleia da República, e à Presidência da República.

Apresentação Livro 16 Maio 2024 com M-G Carlos Branco na AJA


Teve lugar uma Conferência de Imprensa, na Associação 25 de Abril


Em 2015, Cavaco e Silva quis impedir um Governo de Esquerda. Não conseguiu. Importa mantermo-nos mobilizados.

Por isso fizemos um Apelo a todos os cidadãos democratas para subscrever, que na altura, em poucos dias, foi correspondido de norte a sul, e até na emigração.


Tomada de Posição de cidadãos: (subscreveram: 630)

O resultado das eleições legislativas de Portugal de 4 Outubro 2015 é claro: A proposta de continuidade do governo anterior, apresentada pela direita coligada PSD / CDS, perdeu a maioria, obtendo uma minoria de votos, e as propostas de ruptura com a política do governo anterior, e em defesa do estado social, apresentadas pelos partidos à esquerda, PS / BE / CDU, obtiveram a maioria dos votos.

O respeito pelo resultado eleitoral exige pois um Governo que respeite o voto dos cidadãos, ou seja, que cumpra o compromisso de romper com a política do Governo anterior, assumido explicitamente durante a campanha eleitoral por todos partidos à esquerda com assento parlamentar.

Que a coligação PSD / CDS tenha tido mais votos do que cada partido à sua esquerda isoladamente, é relevante, mas em nada altera este facto inquestionável. Implica sim que um Governo de Esquerda terá de ser apoiado pelo PS, o BE e a CDU, para representar mais de 50 % dos votos e dos mandatos.

De resto, o mesmo aconteceu em 2011: o resultado eleitoral não deu maioria a nenhum partido isolado, e só uma coligação, após as eleições, de dois partidos que tinham concorrido isolados, PSD e CDS, conseguiu formar um Governo representando na altura mais de 50 % dos votos e dos mandatos.

Mas em vez do respeito pelo voto, assistimos a manobras desesperadas na direita, para impôr a continuação de um governo e de uma política que foi repudiada nas urnas.

Assim sendo,

Os cidadãos aqui presentes, erguem a sua voz, e exigem o pleno respeito pelo voto democrático:

  1. Que os deputados eleitos do PS, BE e CDU, honrem a maioria absoluta que o voto lhes concedeu em conjunto, aprovando um Governo de ruptura com o governo anterior , que ponha em prática o essencial da política alternativa que mereceu o sufrágio da maioria dos Portugueses;

  2. Que o Presidente da República, cumpra escrupulosamente a Constituição ("O Primeiro-Ministro é nomeado pelo Presidente da República, ouvidos os partidos representados na Assembleia da República e tendo em conta os resultados eleitorais") que, podendo passar por convidar o partido mais votado a formar Governo, conduzirá a dar posse a um Governo de Esquerda que lhe seja apresentado, uma vez que todos os partidos à esquerda se comprometeram em não viabilizar a renovação do Governo anterior.

Saudamos o diálogo em curso entre o PS, a CDU e o BE. Confiamos que saberão, na Assembleia da República, cumprir as expectativas que neles depositou a maioria dos Portugueses, quando expressaram o seu voto.

Porque se, por absurdo, o PS, BE, e CDU não assumirem a responsabilidade de se entenderem, estarão então a oferecer o poder à direita PSD/ CDS. Isso seria trair os Portugueses que lhe confiaram o voto.

Mas se tal acontecesse por recusa do Sr. Presidente da República em dar posse a um Governo apoiado pelo PS / BE / CDU, traindo com essa recusa a Constituição, que jurou defender, tal seria um autêntico golpe de estado contra a Democracia. Não há margem para dúvidas sobre a Constituição nesta matéria: o voto tem de ser respeitado.

Expressamos aqui o nosso apoio e firme expectativa de que PS, BE e CDU se entendam, sem demora, e apresentem aos Portugueses um Governo de Esquerda, correspondendo ao desejo de mudança da maioria que votou nestas eleições.

Subscrevem:

Pedro Ferraz de Abreu, Lisboa
Glória Ramalho, Lisboa
Vasco Lupi Costa, Lisboa
Dorita Anjo Freitas, Funchal
José Portela, Viana do Castelo
Luz Moita, Lisboa
José Carlos Gomes, Lisboa
Mariana Lupi Costa, Lisboa
Deolinda Revez, Lisboa
Sara Cidraes Vieira, Lisboa
Carlos Miranda, Lisboa
Francesca Savoldi, Lisboa
Luis Filipe Barreira Pinto, Porto
João Semedo, Porto
Ana Carita, Lisboa
Pedro Paulo Machado Alves Mendes, Lisboa
Jorge Portela, Avis
Margarida Ramalho, Lisboa
Alcindo Moisés Correia Monteiro, Porto
Idália Penteado, Lisboa
Maria da Graça Almeida Ribeiro, Lisboa
César Gonçalves, Câmara de Lobos
Maria Gorete Gonçalves Henriques, Funchal
Ana Peixoto, Barcelos
Maria Candeias, Lisboa
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